sábado, dezembro 30, 2006


Ruas negras rasgam a cidade
E minhas carnes moles
Sinto a civilidade rasgar minhas veias
E o alcatrão tomar meus olhos
Presos no horizonte,
Corre por minha cintura a avenida
Carros transitam pelas vicinais
Sou o cúmulo do excesso
Sou o túmulo de concreto.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quinta-feira, dezembro 28, 2006

A solidão não é só




"Antes só do que mal acompanhado"

No mínimo, um infame ditado...

Pois a solidão nunca me é só,

Ela me vem sempre mal acompanhada


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

terça-feira, dezembro 26, 2006


Uma lágrima de compreensão desce frágil
Do lado esquerdo do rosto
Silenciosa, relutante e aflita.
Percorrera a face rosada
Que ainda inconformada
É tomada pelo rubor.
Cansada pousa ali
Até que outras venham ao seu encontro,
Para dar-te força,
Dar-te profundidade,
Dar-te compreensão.
Até que pesem o bastante,
E caiam,
Como as verdades reunidas,
Na aceitação do inevitável.


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quinta-feira, dezembro 21, 2006

O Mundo Queima

O mundo queima
Mas todos estão frios
O aquecimento é global
Mas o coração humano é cada vez mais
Distante e vazio.

Rimos diante do abismo
Dançamos com o diabo e bebemos vinho
Tudo se recicla, nada se renova
E o lixo se acumula debaixo
Do tapete da terra e das almas.

Carros velozes, trânsito parado
Cada semana um novo messias tarado
Vendedores de felicidade, escritores de sucesso
Ensinam o que não sabem sobre Deus, amor e sexo.

Vivemos para comer, morremos de fome
Dietas e drogas escravizam o homem
A mulher do futuro é um travesti
Na ditadura das lipos e do
Silicone.

Ser é consumir e ostentar
Um belo sorriso de ofuscar
Parar a roda do tempo
mesmo que o preço seja
ver o mundo morrer.
E a vida murchar.


Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

terça-feira, dezembro 19, 2006

A dívida do fruto

Essa peste, que apodrece
...............As frutas impotentes,
É também disseminadora
...............De suas sementes,
.................................então
Me desapeteça, ávida vida!

Pois se das frutas
...............Você é a cessante,
É porque não lhe cabe
...............Seus sabores,
..................................essa dádiva
Só cabe aos amantes


Logo a dívida do fruto
...............Não é pela peste
E sim pelas sementes suas,
...............Com sua matéria
..................................a fertilizar
Essa vasta Terra nua...


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)
E contribuição de Leonardo Santos.

Imagem: Natureza Viva - Daniela Macri
Mais fotos em: http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=26110

A dança da vida
É tão certa
Um pra lá
Um pra cá...
No compasso de dueto
Dois pra lá
Dois pra cá...
Deslumbram-se...
Amam-se...
Dois pra lá
Dois pra cá
Sonham
Vivem
Dois pra lá
Dois pra cá
Mas caem
E levantam
Dois pra lá
Dois pra cá
E assim vão dançando...
Amando pra desamar,
Sonhando pra acordar,
Vivendo pra morrer...
E continua a dança...
Um pra lá
Um pra cá
Sempre, sem parar.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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domingo, dezembro 17, 2006

Compromisso


Nestes dias de medo e distância
Quando tudo é dormente no ser
Ninguém quer aceitar a mudança
Ninguém quer a inércia vencer

Passam-se os dias, inúteis, com diplomas do que não sabemos fazer
Nada nos preparou para a vida, nada nos faz amar e crescer
Se hoje o Messias viesse, e entrasse na grande rede digital
E anunciasse o fim, todo mundo acharia banal

Já sabemos tudo, mas não fazemos nada
Sem sabedoria e humildade, tudo é vaidade
E a cada dia nasce uma nova geração
De doentes da alma e do coração

Tudo o que se quer é falar de si
Esquecer do mundo que chora logo ali
Ignorar as leis naturais
Errar mais do que se é capaz

Escute, amigo é preciso compromisso
É preciso acordar e parar o mundo
Pra recomeçar e entender que só juntos vamos vencer!
Deus, amor, união...

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

terça-feira, dezembro 12, 2006

No escuro de si






Cerrando esses olhos cansados
Só resta o escuro, se faz pleno!
Tal esse que me toca tão ameno,

Posto que se ao invés do breu,
A luz sob essa casca, a verdade,
Revelasse-me nu, cru em mim,
Não restaria nenhuma sanidade
Na minha falsa-belo vida-jardim

E tendo o pesar maior que mundo,
Doloroso reconhecer(-se),
Cedo em desespero, em medo,
Na proeza de fugir de si mesmo,
Pois é menos árduo compadecer
Com toda humanidade do que
Admitir-se em plena vontade

Então deixe-me nesse repouso
Teimoso e irrefutável
E já não durmo, vou além, hiberno!
E o cotidiano-travesseiro moderno
Não me é duro, me é bem confortável!



Selecione o texto!


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Créditos da imagem: causafilosofica.blogs.sapo.pt

sábado, dezembro 09, 2006


Ama-me sem pudor
Enquanto ainda houver amor
Enquanto nos queimar a chama
Ama-me sem pudor

E quando não houver mais amor
Deixe a brasa nos consumir
E se ela se apagar
Ama-me pra se despedir.

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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Do nada à Fernanda

Eu tinha
NADA
Mas a vida se rearruma, ela sempre
ANDA
E do mesmo Nada inicial
Somou-se uma letra ao início
NANDA
E com ela redescobri a de viver
FÉ NANDA
Mas faltava um meio! Algo entre essa fé e ela!
Sim faltava! Aquilo que faz do amaR um Verbo, a ação!
FERNANDA
E já basta...

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Imagem de Daniela Macri, mais fotos em: http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=26110

Escrever


Escrever é a compulsão dos covardes
É a arma dos tímidos e dissimulados
É a pedra na mão dos que se ocultam
É emoção contida, tentativa de achar a medida
E dar forma ao que se sente na vida.

É portão de saída das palavras que não se falam
Toque civilizado ao pensamento mais vil
Torna tudo humano e sintetizado
Faz do tirano amigo gentil

Escrever é mais que ser
Pois o que se é não muda o outro
Mas a lei dura da leitura, traz em sua mansa ditadura
A impressão sutil e segura do que da vida fazer.

E, se alguém ainda duvida do poder de escrever
Lembre que os Mandamentos, para serem seguidos a contento,
Foram escritos por Deus, para o Homem não esquecer.

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

domingo, dezembro 03, 2006


A primeira veio só,
Pedia qualquer coisa,
Mas estava belamente vestida,
Cheirava bem,
Caminhava altiva,
Não exigiu muito,
Quis um afago,
E ao receber,
Foi-se.
A segunda, também veio só,
Pedia algo mais,
Tinha vestes desbotadas,
Não usava perfume,
Caminhava insegura,
Mas pediu um pouco mais,
Queria meu beijo,
E ao receber,
Foi-se.
A terceira veio acompanhada,
Não pedia nada,
Tinha as roupas rasgadas,
Era mal cheirosa,
Caminhava amparada,
Mas sua companheira quis a mim,
Queria minha alma
E ao tomar-me
Percebi que todas as outras eram eu, e fui.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

*Ilustração de minha autoria

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sábado, dezembro 02, 2006

Companhia à Qualquer Preço


Hoje a vitória é barata
Qualquer um pode ser alguém
Numa corrida pro nada
Vemos zero virar cem

Ter é mais do que ser
E aparecer é estar feliz
O que se é, se é bom ou mau
O outro é quem te diz

Solidão é maior rebeldia
Só é bom quem tem alguém
Mesmo que seja tudo mentira
Pois quem tem companhia
É sempre gente de bem.

Deixa par trás tuas teorias
Esquece Deus e a razão
Procura amizades, que por
Mais que vazias, são a garantia
De que consegues viver em comunhão

Não importa a loucura
Nem a covardia, a ignorância da multidão
Cada um procura a segurança da tribo
Sê mais um nesse grito de hipocrisia da união.

Faça parte de uma comunidade
Não importa a qualidade
O importante não é ser, é pertencer
No pânico das cidades,

Palco moderno das futilidades
De quem teme a realidade
De que nascemos sós
E sós vamos morrer.


Fonte da imagem: http://contramaun.zip.net

quarta-feira, novembro 29, 2006

A corda

[...]

Dizem que o pensamento
Dá asas a ilimitada mente

Eu fraseio o inverso:
O pensamento ata-a, é uma corda
Ou mesmo espécie de corrente!

Mas defronta-se em paradoxo
Quanto mais forte é o pensar,
Mais flexível é a imperativa corda,
A mente mais longe vislumbrará

E se a atada é forte e baldia
E a corda é tosca, há ironia:
Pode haver mente em liberdade
Livre de cordas, ausente de corpo,
Mas isso nomeiam de insanidade

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

domingo, novembro 26, 2006


Sonha, que teu desejo é vão,
Ama, que teu sonho é vão,
Vive, que teu amor é vão,
Grite, que tua vida é vã,
Cale, que teu grito é vão,
Morra, que teu silêncio
É o que te cabe
Neste mundo sem perdão,
Perdoa, que tua morte é vã,
E vá, que tua ida
É apenas despedida
Do que tanto te aborrece.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quinta-feira, novembro 23, 2006

Inveja

Veja a velha inveja
Reveja o que ela enseja
Não tema de senti-la
Inveja,inveja linda

Inveja que me motiva
Despeito de não-poder
Inveja, jóia secreta
Que guardo no íntimo do ser

No fim, sobrará a inveja
Sempre onde homens houver
Inveja, bem humano
De tudo o mais que o outro tiver

Me rendo à inveja
Invejar também é viver
Pois sem o fermento da inveja
O bolo do mundo não pode crescer.

domingo, novembro 12, 2006

Poema para enterro de poetas


No atesto de óbito:

"Causa Mortis: Ego"

Na lápide:

"Jaz aqui um ex-bom poeta
que pensava que tudo que escrevia
era sempre bom,
pelo mero fato dele ter escrito
"


Então só lhe resta recitar seus versos
no seu desfile pela Avenida da Saudade


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

segunda-feira, outubro 23, 2006

...

Me defino como um composto inflamável de desejos
Que quando inflama, seu fogo apenas queima, não aquece...
Mas não pense que falo dos desejos fortes
Eu falo dos desejos mais desesperados,
Falo daqueles que me viciam em alívios imediatos!
Exatamente aqueles que você me desperta...

Então não me dê tapas na nuca e nem nas costas
Me dê tapas na boca em na busca de sua saliva,
Num encontro de contornos labiáis com o mundo aos meus pés
Apenas para alimentar esse fogo que só arde!

Sou às vezes um corpo fraco para tais impulsos!
Sou desejos materializados em carne fraca,
Sangue quente, coração pulsante,
Ossos que quebram e olhos que choram...

Muitos enxergam esse fogo como uma mentira,
Eu o vejo como mistério!
(Apesar de ser mais inquietante)
Um mistério que desvendo em sua beleza e ser
Ou então, devora-me, queime!

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

quinta-feira, setembro 28, 2006

Contudo, nada

Posso falar de quase tudo,
Contudo estou aqui sem nada
Tentando uma falsa guarda,
Sendo obtuso para compensar
Os agudos da minha infinda alma

Torno assim algo puro
Em temeroso, obscuro!
Já que me tarda tal clareza
Que nesse assunto
Não se fala, cala
E não se possuí, acompanha

Acompanha até as expressões,
Firmadas em fortes rugas,
Rimarem de tão antigas
Ou findar numa bifurcação
Espontânea, ou não,
Em qualquer momento de nossas vidas...

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Foto: www.almacarioca.com.br

quarta-feira, setembro 27, 2006


Sou poeta ruim
Da boca amarga
Cheia de pigarro
Não me comparem
Não sou Navarro
Tenho a boca suja
Não tenho pudores
Escrevo escárnio
Não amores
Que se danem
Cecílias e Coras
Qualquer escória
Quero e sou mais eu
Que se danem todos
Que se dane seu deus
Sou ateu.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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sábado, setembro 09, 2006

Cupidos também erram

Cupido, você errou!
Você errou, Cupido!
Tua flecha, o meu peito varou.
A de minha "amada" vagueou.

A uma jovem este coração foi confiado,
Sem que a mesma tenha notado.
Meu coração está arrefecido,
Por um amor não correspondido.

Cupido, conserta a tua omissão,
Dá-me um novo coração!
Saiba que vou te processar
por danos morais!

E pelas humilhações que me fizeste passar
Enquanto, ludicamente,
minha "amada" eu tentava conquistar...

E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)

Depois que parti de mim
Escrevo cartas intensas
Sem fim
Rabiscos tortos
Inúteis
E essa casca
Convalescente
Insiste em gritar,
Chorar, sofrer,
Clamar pelo que já fui
Mas esse que observa
Já não quer mais voltar
Busca ainda seu rumo
Está preso a esse tema
Fatídico e ignóbil
Como as canções repetidas
Em semitom
Não mais
Não mais.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quarta-feira, agosto 30, 2006

Ad Aeternum

Como outros vieram,
Vieste me ver hoje nesta manhã tenebrosa.
Por que não estás temerosa
Diante do futuro que a ti anuncio?

Em breve partirei
Rumo ao meu destino,
E não poderei
Estar mais contigo.

Quero lhe dizer mais uma vez
O quanto a amo,
Mas obstáculos se interpõem no meu caminho...
Por que o amor que sinto por ti
Não os corta como a espada, corta o espinho?

Pobre do meu coração apaixonado!
Bem aventurado é o amante
Que pode passar cada instante
Ao lado do seu enamorado
Eu não posso mais...

Ah... se eu pudesse contar
As alegrias que você me dá...
Levaria uma eternidade em contemplação;
Eternidade que, agora, está à minha disposição.

E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)

Embala-me em teu berço absurdo
De concreto e fumaça
Tuas samambaias nas encostas
Lembram-me a mata
Tua música singular
Teu canto caótico
Faz-me ninar
Entre carros, televisões, visões,
E máquinas.
Sou teu filho bastardo
Não desejado
Em um canto largado
Metrópole, eu chamo-te mãe,
Mas é esfinge
E não te decifro,
Devora-me.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quarta-feira, agosto 23, 2006

Deixo claro o manifesto
Apologia ao que amo
Dedo médio ao que detesto
Sou bagaceira
Sou mundano
Bagaço do engano
Filho da hipocrisia
E da completa insanidade
Que se dane o engenho
A cana, a garapa,
O álcool, o açúcar, os dramas,
Sou bagaceira
Que te engana
Que fermenta
Que fede
Incomoda e reclama
Sou bagaceira
Que inflama.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

sexta-feira, agosto 18, 2006


Pairo sobre a cidade fria,
Concreta, solitária, vazia...
Pessoas caminham inquietas,
De olhos fechados, estúpidos...
Fecham suas asas,
Não ouvem, não pensam...
Meu grito rasga o céu,
Ecoa no silêncio...

A noite cai sobre as esquinas
Mulheres que ainda são meninas
Que se pintam, sem decência,
E com o batom, matam suas carências...
A metrópole como essas meninas
Deixa de ser fria,
Concreta, solitária,
Mesmo ainda sendo vazia...
A aura noturna,
A bebida, as luzes amarelas,
Ofuscam os desavisados,
Lascivos, permissivos,
E nocivos olhos fechados.
A aldeia e as meninas estão entregues
À exatidão, à ilusão,
Nos becos dos prazeres
Iluminados por luzes de néon.

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segunda-feira, agosto 14, 2006

Águas do Ventre do Rio de Janeiro


Deus pode até ter criado
Como espelhos do céu os mares e lagos
Mas a Baía de Guanabara Ele escolheu
Para refletir, no topo do Corcovado,
A grande imagem do filho Seu!

Talvez por isso e por sua geometria,
Semelhante a um feminino ventre
provavelmente inspirada no da Virgem Maria,
A baía é portadora dessas águas,
Para mim, tão inspiradoras...

Quero que afogue meus poros, deite-me em mim
Num fundo respirar em seu ventre inspirador
Nessa manhã ainda pouco aquecida
Onde o concreto da ponte fez-se transbordar
No céu e nesse espelho, o mar, seus tons de cinza...

Assim escuto as águas sussurando
A angústia dos beiros fortes
Que tem a sorte de belas visões da baía,
Mas não podem pecorrê-las e nem sentí-las

Elas também sussurram sobre nevoeiros,
Que ao contrário dos beiros fortes
Estão em todo o lugar e por isso,
Em lugar algum, nem em si mesmos...

E no reflexo dessa grandeza
Me vem diversas lembranças
De homens nevoeiros e outros fortalezas...

Mas tem algo que não é sussurro, é grito
Talvez vindo das águas
Ou até mesmo um eco da imagem de Cristo
"Tolo é o homem que polui a baía!"
Mas até nisso ela me inspira:
"A baía está combinando sua sujeira
Com a sujeira da alma do homem que está a sua beira!
Inclusive dessa tão familiar que agora se encara!"

E só um pensamento resta
Com o grito tornando-se flecha:
"Como essa baía no reflexo desmascara
Tão caro é encarar-se nela
Quanto tão pobre for a alma refletida...

E sendo assim que o reflexo Dele no Corcovado
Fique junto nas águas com nossos reflexos deformados
E continue me inspirando na baía
Nesses reflexos todos de todos os dias..."


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Créditos da Imagem: NASA

Ao Seu Lado


Estou olhando para o céu.
Sabe, ás vezes faço isso.
Me distraio com sua imensidão.
Vejo estrelas,
o pôr-do-Sol
e também procuro respostas.
É o que mais tenho feito ultimamente.
Resposta para uma pergunta que não a tem.
Porque você não está aqui?
Comigo?
O que falta para a gente dar certo?
Quanto tempo caminharei sozinho nessa estrada?
Sem solução,
tento encontrar algo
que equilibre minha equação.
Algo que me dê forças.
O fato de não te ter ao meu lado
me deixa como louco.
Mas, de uma maneira estranha,
me deixa feliz.
Pois, assim, lembro de você todo o tempo.
Não apago nenhum traço de seu rosto
da minha mente.
Não esqueço seu cheiro
e até escuto sua doce voz
em meus pensamentos.
O que pode ser isso?
Sinceramenete, eu não sei.
Só sei que é o sinto por você.
E, se isso não é o bastante,
irei onde me for possível,
apenas para ficar com você.
Agora, você está distante.
Agora, eu te amo cada dia mais.

Eduardo Silva Ramos (índice de posts de Eduardo)

Praia Deserta IV


É incrível como certos hábitos
Permanecem incólumes às circunstâncias
Nesta primavera não me encontro mais tão isolado
Mas ainda sinto a solidão dos que lutam com a própria ignorância...

O Sol é hoje como um presente
O qual a maioria das pessoas se nega
Enquanto espero por essa gente
Escrevo versos nesta praia deserta

Praia dos jovens, morenos e emproados
Mais igualados que um batalhão de chineses
No vazio dos pensamentos, gestos e vocabulário
São, das maldades da vida e no tempo, eternos fregueses

Vejo a todo momento, cumprirem-se rituais rotineiros
Qual o simbolismo desse andar, nadar, surfar e bronzear-se
Se os resultados são tão frágeis e passageiros.

Me reparo e me preparo para entrar n’água
No mar que me causa tanta felicidade e agonia
Sinto que me olham, pois não cumpro os rituais
Se estou triste, me recolho e choro
Se estou alegre, sorrio em minha alegria...
Não mais aparento a torrente de emoções
Sou como os camaleões, entregue as cores da alma
Não tenho mais o controle que tinha
A velha aparência de indiferença e calma
Não tem mais sentido, consegui o que queria:
- Tornei-me indiferente incontido...

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

Créditos da imagem: www.turismomaceio.com.br

domingo, agosto 13, 2006

Inimigo Interior

O maior de todos os inimigos
está em nosso interior,
somos nós mesmos!
Este inimigo sabe das tuas fraquezas do mesmo jeito que você.
É preciso conhecer e saber lidar com este inimigo.
Não se pode destruí-lo, por que ele e você são um.
Você o destrói, e serás destruído por ele.
Tem que barganhar, usar a diplomacia.
Mas cuidado!
Ele sabe exatamente o que você pensa!
Saber domar este inimigo e a chave para se tornar um individuo melhor.

E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)

sábado, agosto 12, 2006

Poema da Indecisão

A indecisão dói
E me rasga
E me dilacera
Por dentro e por fora

Seria melhor
Se eu soubesse
Se você fica
Ou se vai embora

Será tudo destino
Ou erro passado
Ou erro presente
Que me agoniza

Ou é tudo culpa
Da sua ausência
Da sua inocência
Que se eterniza

Mas é melhor ter certeza
Seja do amor
Seja da dor
Do que viver na dúvida
da sua presença


Cristiano Mannarino (índice de posts dos outros contribuidores)

sexta-feira, agosto 11, 2006


Às vezes me olho no espelho
Como que para encarar
Meus olhos tortos
E entender que ainda sou
Aquela menina
Que tinha medo de passar
Pela Avenida da Saudade
E ouvia o lamento dos mortos
E via o desespero dos vivos
Aquela menina
Que não queria ouvir
Que não queria ver
E o que me importa
Saber das conchas
Hoje, atenho-me aos caramujos,
Que diferença faz
Ainda sou aquela menina
Que andava sem rumo
E que um dia não fugirá mais
Terá teu leito
Na Avenida da Saudade.

Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço: http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/
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quinta-feira, agosto 10, 2006

O Arlequim!

Lá vem o Arlequim,
Vestindo cetim,
Fazendo festim.
Até que enfim!

Lá vem o Arlequim.


Ele vem s a l t i t a n d o!


Ele vem c a m b a l e a n d o!
Wow, (rodopiando)!

Agora parou...
Será que cansou?
Não, continuou!

Lá vai o Arlequim;
Passou por mim.
C
ontinue assim,
Arlequim,
Uma alegria sem fim.

E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)

quarta-feira, agosto 09, 2006

Mas e o resto?

E o resto?
O resto é resto!
Vai de dispersar...
Pelos giros que o mundo
Insiste tem dar!

Contudo,
A retórica vale,
Resto é o que dispersa no mundo!
Isto é, o resto é tudo!


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

domingo, agosto 06, 2006

Rosa dos ventos

Roda, Rosa, roda
Roda (d)a minha mente
Que de cético agora não tem nada
Sem rumo.
Rosa.

Rosa sem nome, aponta
< pra lá
Que vou pra cá >
Leva teu sonho,
Que eu cuido do meu.

Rosa dos ventos
Avoada como eu.
Sem rumo é agora
O meu, era hoje.
Te ruma, segue sem medo,
do meu caminho, cuido eu.

Rosa, acorda cedo,
Não leve lembrança na mente
Não gire em círculos.
Já tem rumo certo,
Que belo rumo.
Não era o meu.

Rosa, sem medo,
Voe com seu vento.
Se foi algo que te prendeu,
já foi.
...Que belo cético eu fui...
...sem rumo...

Rosa

Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)

Augusto Massa





Augusto,
não gosta
nem desgosta
nem quer resposta
(não tem perguntas)
sequer aposta na vida!
Em suas emoções frígidas
não inicia nem finda

Augusto Massa,
assina A. Massa
mas ele que é
amassado, devorado
e desvirginado
pela fome dessa vida
que regurgita-o
ardendo em azia!

Augusto
é como macararrão instantâneo:
(um modismo contemporâneo)
rápido, prático
(plástico)
e objetivo
mas nada nutritivo!
Feito na massa
da moda foda...
Uma massa cinzenta
com mídia-molho de tomate
em banho maria
de um dia
sem tempero,
sem responsabilidade,
sem visão,
só às vezes tesão,
mas sempre desespero



Augusto,
nem franzino,
nem robusto,
apenas massa
que acha graça
nas estrelas
como clitóris noturnos
para suas emoções frígidas
a serem tocadas
com suas fardas,
suas farsas
que escondem o gosto,
escondem estrelas,
escondem o Augusto Massa!

Cadê o Augusto Livre
que gosta,
que ama,
que vive?
Está amassado!
Está emassado!
Frígido em si!...





Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

sábado, agosto 05, 2006

Thanatos

Eu sou o medo.
Colho das ninfas de meus amores
um pouco de satisfação.
Toco acordeões, circulo as luzes
faço sala para as mesas.

Eu não prometo.
Meu egoísmo é minha espada
minha carapuça, meu solo.
As músicas só fazem sentido assim.
O ópio de estar entre vós.

Numa grandeza de espírito,
sepulto-me, sussuro:
eu sou o deus morto,
minha poesia cálida não tem sal.
o mar não rima com meu coração.

Ação, eu não sou.
Uma contra-afirmação insistente,
algo que desistiu, mas ainda desiste.
e ainda desiste, desiste, desiste,
compulsão.


Amores quando não são ilusórios,
os mato com o tempo, deturpo com exageros,
os murcho como passas,
uma passa seca,
exarcebadamente seca.


Os campos, as pessoas e as flores,
tão poéticos como um sonho bom,
tentanto sentí-los como sentido,
não mais um inútil senso.
Eu sou o medo.



Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)

sexta-feira, agosto 04, 2006

Vae Victus

Vae Victus!
"Sofrimento aos conquistados!"
Diz o caçador, aos caçados;
Diz o ditador, aos rebelados.
Sentenciando-os.

O mundo é uma grande ferramenta
de seleção natural.
Não há espaço aos perdedores,
só aos vencedores.
Aos perdedores resta-lhes sofrimento e escárnio.

E assim diz-se que a sociedade melhora...

Sociedade moderna, selva de pedra!
Ela é o grande predador!
Nela não há espaço para derrotas.
Nesta selva de pedra,
só os vencedores têm espaço ao sol.
Aos perdedores resta-lhes viver na sombra dos vencedores,
e alguns jamais transpõem esta sombra,
algumas intransponíveis.

Se és vencedor hoje, aproveite!
Vitórias vêm e vão
hoje estás no topo, amanhã de volta ao chão.
Vitória é um enfeite
hoje a sua está na moda, amanhã não.

A dor da derrota,
antes fosse física
Raiva, arrependimento, questionamentos
São os únicos sentimentos.

Vae Victus
Ai dos vencidos!

E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)

quinta-feira, agosto 03, 2006

O centro que me tira do eixo

Por que você fica mais à esquerda
Do meu, por ti, já pequeno peito
Se você vira o centro do meu ser
Nos receados ou ávidos momentos?

Talvez por isso que na glória ou perda,
No sol a pino ou no meu leito,
Você tire esse ser torto do seu eixo,
Já que você pesa mais nesses momentos

Tais onde emaranha-se denso!

E sendo um fadado centro,

Mas não estar, em mim, centralizado,
Tira-me o eixo e me e se contraria...
Rompendo-nos, nos ligeiros giros,
Nessas revoluções em forma de dias...



José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

Créditos da imagem: http://www.sergiocaredda.com/

quarta-feira, agosto 02, 2006

Poema para o dia 30 de julho de 2006


Pensei nos filhos de Cana
O vilarejo onde contam uma lenda
Que a água virou vinho, há tempos atrás.

Hoje, crianças viram sangue e massa disforme.

Por Deus!
Dor, adeus,
Ah, Deus, dor!
Ah, deusa dor,
Adeus.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

Agradecimentos especiais ao fotógrafo Paulo Brasil, você poderá encontrar mais trabalhos dele no endereço:http://www.flickr.com/photos/37837202@N00/
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terça-feira, agosto 01, 2006

Rubro Crepúsculo


Sentado na sala das muitas idades
Com a janela da alma para oeste
Um belo crepúsculo acontece
Trazendo às mãos inúmeras verdades

O astro não mais me aquece
O corpo esfria junto da noite
E a mesma nos olhos me escurece
Com branco da lua tomando a pele

E cerro minhas janelas da c'alma
Fitando o forte esplendor rubro,
Chama final do meu próprio crepúsculo,
Um esplendor de todo o meu amor

E nessa nova noite nada breve
De duas luas de Ismália, o fogo pereceu
E o corpo é uma branca e fria neve
Mas o sopro da vida paira como uma pluma leve...

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

domingo, julho 30, 2006

Mão sedenta


Vou rasgar esse peito!
Tirar as costelas do caminho rejeito
Sentir quente sangue na sedenta mão
Sedenta por você, latente coração

Essa mesma mão cansada por ti
ainda tem forças para te esmagar
querendo cessar seu efeito pulsante!
Pois essa alma quer caber em si!
Mesmo que por curto instante!
Arrrr...
Aperto-te como afliges meu peito...
Arrrr...
Chega de tanto arder em mim!
Arrrr... isso! Pare! PAREEEE!!!!


trim, trim, trim, trim

Hein?! Ah... Que sonho!
Droga, já estou atrasado!
Tomo um café medonho feito por mim
e tenho que ver como vou arrumado...

Um cotidiano chato para um chato!
E salto pela porta com o rádio em cantoria:
"sem o amor eu nada seriaaaaa..."

(mais tarde...)

Lar, doce lar...
Vejamos o que tem na TV
Deixe-me esticar no sofá
(alguns minutos depois...)
Zzzzzzzzzzzzzzzzz...


Eu esmaguei-o!!!
Até a mão sedenta ceder
E fracassei, só bate mais firme!

Então em rubro sangue e letras,
fonte no peito aberto em sarjeta,
deixei uns versos em trilha
para quem quiser ver
esse desesperado ao final concluir
como Camões já concluíra:
"Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei o que, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."


José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

sábado, julho 29, 2006

Abre os olhos e vê
Quanta desolação poderia causar
Olha com suas vísceras
O que provocaria
Para quê?
Se quando o sol nascesse
E a alvorada rompesse com a escuridão
Não acreditaria em seus olhos
E veria claramente o que fez...
Conseguiria fitar seus próprios
Olhos o espelho?
Permitiria se perdoar?
Cria seu asco
Mas guarde-o para si
Não envenene o mundo
Guarde seus olhos
Para novo alvorecer
Mais calmo
Menos irado e aborrecido.
Fecha seus olhos
E vê que apenas feriu a você
Trazendo o mal
Enquanto anjo caído
Preserve sua leveza
Ama-te
E liberte-se dos sentimentos mundanos...


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sexta-feira, julho 28, 2006

Fluído dia

Por hoje eu vou deixar (...)

I

Sem revolucionar meu universo
nem recitar aquele uno-verso
retiro a interrogação das frases
feitas no cio da boca ansiosa
que hoje fica apenas ociosa

(Como grita Mundico...)
O que se torna passado vira eterno
E o presente é um passado mosaico inevitável
Então o futuro é senhor do nosso interno
Esperanças, anseios e tudo que for mutável

E hoje meu pensar deixa tal senhor quieto
para a alma sair da enfermaria,
a mente aproveitar mais as coisas do dia
e a sombra só ser onde a luz não ilumina
não uma lembrança do homem que já existira

II

Internas sombras e almas
tão dependentes e tão antagônicas...
sem alma a sombra é estática
alma sem sombra é corpo sem luz!

III

Nessa encomenda sem direito a pedido,
nesse caminho feito e entregue pelo Destino,
sendo-me imposto pela goela a baixo,
eu, destinatário insatisfeito,
vou onde esse remetente intrometido
nunca poderia ter previsto
e muito menos entendido!


I + II + III

(então eu é que entendi)
Para sentir o fluído do dia
preciso deixá-lo fluir em si
ou em dó, ré, mi, fá,
ou em sol de cada manhã, ou em lá
onde o destino não previu!
Fazendo suspiros sustenidos
e entrando nuns becos bemóis
numa música composta no escuro
desse senhor, o nosso futuro.

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

quarta-feira, julho 19, 2006

O Vôo Da Fênix

Em uma montanha longínqua
uma ave alça vôo.
Voa tão longe que, às vezes,
esquece do seu lugar de origem.
O vôo é como uma fuga da realidade,
para ver as coisas sob um novo prisma.
Voando tão alto e só,
a ave encontra paz.
Parece libertar-se de seus problemas.
Seu sonho é voar sem limites,
sem ter medo de nada,
apenas planar para longe,
sentindo-se vivo.
Seu corpo coberto por algo diferente
faz com que outras aves
mantenham certa distância.
Não com o intuito de isolar-se,
mas como proteção,
evitando ser machucado.
Isso contribui para sua solidão.
Essa ave é chamada de Fênix,
seu corpo é envolto por fogo
sua habilidade, a de renascer das cinzas,
começando a vida novamente.
Mas a ave é mais do que aparenta.
Seu vôo são pensamentos.
Seus sonhos são anseios.
Seu fogo é a timidez.
Seu renascer é o coração.
Sei disso porque, na verdade,
a ave é humana,
um ser humano.
A ave sou Eu!

Eduardo Silva Ramos (índice de posts de Eduardo)

segunda-feira, julho 17, 2006

Um homem, eu número e o governante

Bateu um homem hoje de tarde na minha porta
com uma prancheta e perguntas estanques...
Ele estava a contar a pobreza na favela
numa conta insensível para insensíveis governantes

Mas o que esse homem tinha que escrever
era a expressão dos meus olhos cansados
para ser incômodo àlgum governante
durante seu bom jantar despreocupado...

O homem dizia ser do IBGE
e eu era um outro número qualquer!
E assim o despreocupado será reeleito governante
pelos números enganados e ignorantes...

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

sábado, julho 15, 2006

Inquietatione

A noite passou, a bebedeira passou
a lua passou
e cá estou aqui acordado
apavorado
com o dia que veio, chegou. Soturno, difuso
e trouxe minha sobriedade
minha finalidade. De ser triste e feliz
morto e vivo
bem-querer e não me quis
bêbado e sóbrio
Sóbrio como o dia.
Sóbrio como esta vida.

Leonardo Santos (índice de posts dos outros contribuidores)

Frenesi

reluto na lua um luto sem beira, impotente e intransigente num tipo de cegueira * e assim numa cadência em demência tento achar um fim para esse luto que tanto reluto a cada minuto em mim * fico buscando um calmante para parar pensamento frenético de um amante relutante a realidade que não realiza sua vontade * lembro daquela que seria (mas não queria que fosse) a última dança (que ainda me balança) quando tocou um toque de veludo verdejante somente nos ardentes limites de nossos braços cheios de lampejos de desejos sem limites * imagino então que frio e vazio e vontade e saudade não rimam em vão mas sim por terem tamanha afinidade e finalidade * não mais cantarei aquele canto pois perdi o encanto quando o acaso fez descaso e jogou o canto no canto do quarto(-de-lua-minguante) que mingua não só a lua mas também a rua-caminho onde passaríamos como pássaros cantando esse encanto * mas sei que cada dia é um insistente dia novo de novo e o tempo levará esse temporal pois o giro sempre certeiro do ponteiro que trás a tarde também encarde a vontade * mas por fim o único casal que ficou forte nessa história afinal é a minha luta e meu luto (conjugo e derivo lutar em reluto)
*************************
José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

quarta-feira, julho 12, 2006

Pétalas Podres

Nas aparências, beleza, saúde, perfeição
Doce perfume, toque macio, cabelos lisos
A quente ou a frio, maquiagens de ilusão

A alma é pequena, e o que vale a pena
Para estas caídas é a alegria falsa
A palavra contida, a imitação da vida
Flores do mal, que afinal se expõem
Quando alguém se opõe aos seus objetivos
Egoístas e banais...

É o desperdício de uma encarnação
É o auge do medo e da ambição
Esquecimento eficaz que todos somos
Frágeis mortais...

Não lhes dói a dor alheia
Escondem tragédias pessoais
Só lhes interessa quem se alardeia
Quem ganha, aparece e consome mais

E eu, perdedor nato, não morro nem mato
Mas não vou me privar da ironia
E até o fim dos meus dias
Demonstrar minha indignação
Com essa época de flores falsas,
De pétalas podres, de mulheres sem alma,
Sem Deus, sem amor, sem coração...

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

quinta-feira, julho 06, 2006

Fiquem com o mundo, eu quero é a vida

Pois é, talvez o mundo
seja realmente
dos espertos
mas fiquem com o
seu imundo
eu quero o incerto
quero mesmo
é a vida!
Mas ela não pode
ser possuída
ela é apenas sentida,
então, no final das contas
não quero nada,
nem essa rima,
quero apenas sentir
a vida!

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

domingo, julho 02, 2006

Quem Sou Eu?

Entre tantas alegrias e mudanças,
incertezas e inseguranças,
estou eu, sentado sobre a pilha de troféus
antigos, oxidados pelo tempo.
Eu comtemplo o pôr-do-sol
na busca de conseguir a resposta
para uma grande questão:
Quem sou eu?

Somos muitos eus
dentro de um eu só.
O eu reflexivo é o que pensa,
mas também é o que me dá um nó.
E o eu da sobrevivência
querendo substituir o da inocência.
Será que perderei a minha essência?
Com tantos eus
fica até difícil de decifrar
quem sou eu e
onde isso vai terminar.

O meu eu coletivo
todo mundo conhece.
É como eu estou,
o eu que nunca cresce.
Mas o eu individual é diferente.
É aquele que nunca aparece.
É como realmente eu sou,
e ás vezes se entristece.

Posso ser André, Joaquim ou João.
Posso ser alto, parrudo ou anão.
Posso ser muita gente,
de tamanho e estilo diferente.
Posso estar na sombra da parede
ou mesmo na água do mar.
Só depende a quem quer me comparar.
Que me desculpe o autor por lhe parafrasear,
mas sou uma completa metamorfose,
difícil de se lidar.

No fim, sou só eu.
O puro e simples eu,
com todas as minhas alegrias e mudanças,
com minhas incertezas e inseguranças.

Euardo silva Ramos (índice de posts de Eduardo)

sábado, julho 01, 2006

Viagem Ingrata


Nesta viagem ingrata
Forçada pelo nascimento
Pesada com a bagagem da existência

Neste mundo de aparências
A dor é a senhora da consciência
O medo é o motor de todas as mudanças
e crenças

A morte, mudança de estado
É o resultado da vontade de Deus
A vida, campo de lutas
Da alma encarcerada
Nos prepara para o caminho inevitável
Da perfeição e do céu.

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

domingo, junho 25, 2006

Por que sempre há porquê?


Clique na imagem para visualizar a resposta de forma compreensível!


José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

O preço da razão


Quanto vale ter razão?
Será o preço da solidão?
Menor do que o da opnião?
Não quero estar só, quero platéias,
Audiências, quero ser guru, mentor, guia

Sei que meus dias na Terra
Têm sido sementes jogadas na pedra fria
Mas tenho minha convicção,
E serei guardião de minhas verdades vazias

Se todos aqueles que pagaram caro
Por suas posturas e ideologias
Hoje são, não raro, modelo de força
E amparo para as multidões de hoje em dia



Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

quinta-feira, junho 22, 2006

Aqui do meu sétimo andar

Aqui no meu perfeito sétimo andar
minha janela me semi-reflete
mas seu olhar para mim é nítido
como meu próprio vidro

Vejo entre os dias nesse andar
o que um destino desconhece
e vejo pessoas em seus descompassos
mas procuro a harmonia nos seus traços

Assim passou aqui no sétimo andar
uma lembrança que já escurece
e eu aqui, simplesmente olhando
paralisada no meu coração brando

E me refugiando no sétimo andar
o dia já se vai, adormece
Mas acordo! Chega de lua, chega de romance
Ação! Antes que a sorte, de sorrir, se canse!

E caio em mim do sétimo andar
a contemplação desaparece
senão o mais perto do céu que vou chegar
será aqui no meu quarto, no sétimo andar

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

sábado, junho 17, 2006

Fantasia


Crio a fantasia de fantasia
entro no mundo desta fantasia
finjo ser outro, outra e outros
que de fantasia não poderiam ser.

Dentro da fantasia de fantasia
crio um mundo. Destrincho o oculto
meço aos palmos uma teologia modista qualquer
para fingir de deus dentro do meu mundo.

Dizem que tô biruta, viajei na helman's
entrei de cabeça numa caixolinha infantil,
só por que brinco de fantasiar minha fantasia
só por que sismo em fugir da nossa fantasia.

Crio rios, pessoas, amores e sentidos...
motivos rimados com alguma paradoxidade do meu ego, qualquer.
E dizem que fujo para meu mundo de fantasia.
por não aguentar a fantasia deste mundo.

Não sou romântico, talvez egocêntrico, talvez...
mas prefiro o refúgio do meu mundo,
por não entender a fantasia deste mundo
ou por não suportá-la dividi-la com ninguém.

Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)

sexta-feira, junho 16, 2006

Só Você...

Quando te conheci
não imaginei o que pudesse ocorrer.
Pensei que seria mais uma amiga.
Mais uma pessoa para conversar.
Me enganei!
De uma forma imperceptível
você começou a dominar meus pensamentos.
Algo tão singelo
que nem eu percebi acontecer.
Talvez a distância tenha contribuído para isso.
Ficamos muito tempo afastados.
Mas, mesmo este período
não bastou para um esquecer o outro.
Nos reencontramos há pouco tempo,
mas este reencontro
fez vir à tona coisas perdidas na memória.
Coisas como o quanto você é simpática,
engraçada, gentil....
Enfim, maravilhosa.
Já coisas como o doce som de sua voz
e seu gracioso sorriso
não eram conhecidas.
Mas depois de conhecê-los, não mais os esqueci.
Não enquanto estive consciente.
O tempo,
cruel com alguns,
foi generoso com você:
Está cada vez mais linda!
Seu jeitinho meigo,
avoado e “maluquinho”
é extremamente apaixonante.
Posso não lembrar de tudo que foi dito e/ou feito,
mas, cada momento com você é especial.
Você é especial!
A cada dia eu te conheço mais,
me impressiono mais,
te adoro mais.
Desejo que seja sempre assim.
E que nunca nos afastemos.

Eduaro Silva Ramos (índice de posts de Eduardo)

quarta-feira, junho 14, 2006

Flores no mar

Não restou nada daquilo
A que chamamos amor
Só ficou mesmo a palavra
Cujo o sentido o tempo gastou

Instalou-se o silêncio vazio
Guerra fria, sem ataques
Só de mortos sem feridos
Fez de nós soldados covardes

A noite chega e quero fugir
Quero sair sem te encontrar
Até o novo dia luzir
Vou sumir por aí, vou me libertar

A semente que não germinou
Já secou, já morreu
Tudo que era você e eu
Não durou, se perdeu, como flores no mar

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

sábado, junho 10, 2006

A morte, renovação da vida

A morte passou aqui em casa,
abriu ferida
para me jogar na cara,
o que é a vida

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

Bom Dia!

Naquela rua em que você morava
Todo o dia passava e te dizia:
- Bom dia!
Mas você não se importava,
Me deixava de mãos e alma vazia

Vi você depois, casada, a mudança do corpo
A criança no peito, a perda da beleza e da alegria
Mesmo assim eu te amava
E quando passavas eu te dizia:
- Bom dia!

Agora, estás separada, sozinha e cansada,
Sem pendores no corpo, de vida vazia
E eu continuo a amá-la, como novos amigos
O tempo e a morte te desejam
- Bom dia!

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

quinta-feira, junho 08, 2006

A gaivota meta-poema de papel

Esbocei minha inspiração num papel
Dobrei-o numa gaivota para cortar o céu
Mas é papel, tem asas fixas, voa curto sentimento
então depende do leitor, do seu vento...
para não cair do solo estéril do esquecimento

Então sopres leitora alma, para ela voar
Minha gaivota aos deuses, quer tocar
Depois descerá, tocará outros leitores
Trazendo pétalas das longínquas flores
para recriar nossos amores...

Mas quando minha gaivota esmaecer no chão
que alguém faça outra, dobre em papel sua inspiração
Assim darei meu vento, deuses ela tocará
e vai descer para meu amor recriar
então farei nova gaivota, para o céu cortar!

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

quarta-feira, junho 07, 2006

Folhas Vermelhas

Cada dia entendo menos
O que o meu redor se passa
Comtemplando as folhas vermelhas
Não vejo mais graça nelas
Histórias velhas...

Pela manhã, me sento sozinho
E sinto o frio, forte e amargo sabor
Do café em minha boca, da rotina, do descompasso
Passo eternidades, morro a cada momento
Lamento o tempo desperdiçado

Lá fora há verde e cinza
Confusão de roupas coloridas, penduradas no espaço
E as motivações hmanas já não me convencem de estar vivo
Manchas coloridas humanas, sujando de cinza
O meu espaço

E enquanto caem as folhas, que de vermelhas
Tornaram-se marrons e secas
O outono da minha vida dá lugar ao inverno
Sem ter visto verão, sem sementes, flores ou frutos
Legados para nova estação.

Alexandre Gianinni (índice de posts dos outros contribuidores)