Eu sou o medo.
Colho das ninfas de meus amores
um pouco de satisfação.
Toco acordeões, circulo as luzes
faço sala para as mesas.
Eu não prometo.
Meu egoísmo é minha espada
minha carapuça, meu solo.
As músicas só fazem sentido assim.
O ópio de estar entre vós.
Numa grandeza de espírito,
sepulto-me, sussuro:
eu sou o deus morto,
minha poesia cálida não tem sal.
o mar não rima com meu coração.
Ação, eu não sou.
Uma contra-afirmação insistente,
algo que desistiu, mas ainda desiste.
e ainda desiste, desiste, desiste,
compulsão.
Amores quando não são ilusórios,
os mato com o tempo, deturpo com exageros,
os murcho como passas,
uma passa seca,
exarcebadamente seca.
Os campos, as pessoas e as flores,
tão poéticos como um sonho bom,
tentanto sentí-los como sentido,
não mais um inútil senso.
Eu sou o medo.
Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)
sábado, agosto 05, 2006
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