quarta-feira, novembro 29, 2006

A corda

[...]

Dizem que o pensamento
Dá asas a ilimitada mente

Eu fraseio o inverso:
O pensamento ata-a, é uma corda
Ou mesmo espécie de corrente!

Mas defronta-se em paradoxo
Quanto mais forte é o pensar,
Mais flexível é a imperativa corda,
A mente mais longe vislumbrará

E se a atada é forte e baldia
E a corda é tosca, há ironia:
Pode haver mente em liberdade
Livre de cordas, ausente de corpo,
Mas isso nomeiam de insanidade

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

domingo, novembro 26, 2006


Sonha, que teu desejo é vão,
Ama, que teu sonho é vão,
Vive, que teu amor é vão,
Grite, que tua vida é vã,
Cale, que teu grito é vão,
Morra, que teu silêncio
É o que te cabe
Neste mundo sem perdão,
Perdoa, que tua morte é vã,
E vá, que tua ida
É apenas despedida
Do que tanto te aborrece.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quinta-feira, novembro 23, 2006

Inveja

Veja a velha inveja
Reveja o que ela enseja
Não tema de senti-la
Inveja,inveja linda

Inveja que me motiva
Despeito de não-poder
Inveja, jóia secreta
Que guardo no íntimo do ser

No fim, sobrará a inveja
Sempre onde homens houver
Inveja, bem humano
De tudo o mais que o outro tiver

Me rendo à inveja
Invejar também é viver
Pois sem o fermento da inveja
O bolo do mundo não pode crescer.

domingo, novembro 12, 2006

Poema para enterro de poetas


No atesto de óbito:

"Causa Mortis: Ego"

Na lápide:

"Jaz aqui um ex-bom poeta
que pensava que tudo que escrevia
era sempre bom,
pelo mero fato dele ter escrito
"


Então só lhe resta recitar seus versos
no seu desfile pela Avenida da Saudade


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)