sábado, fevereiro 24, 2007

Seus ouvidos polidos

Seus ouvidos polidos
Não querem meus adjetivos chulos
Suportam apenas as belezas bucólicas
Já eu tenho náuseas,
Cólicas insanas,
Palavras vis e profanas
Que revelam a escanção humana,
A deterioração mundana
Que arrasam minha essência,
Desconheço o amor
Por jamais tê-lo ganho
Conheço a falta dele,
A realidade escalpelante
Que rasga e fere
O que ainda me resta,
E só tenho minha retórica
Não quero sua opinião.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Meu amigo Alexandre me mandou esse "e-mail protesto" e eu quero compartilhar aqui, mesmo fugindo um pouco do propósito desse blog. Não me sinto bem no silêncio nessas situações:

Vi a roda do carro. A lataria, manchada de sangue coagulado, sangue puro, inocente, e o pior, derramadado por NADA!
O Senhor Jesus morreu, conscientemente, aos 33 anos, numa cruz, por uma causa que irira mudar a humanidade. No cristianismo e no islamismo existem os mártires, que morreram pela causa de Deus ou Alá. Hoje temos homens, mulheres e até crianças-bomba, o que já é um absurdo completo, mas todos com uma CAUSA!
Joãozinho, querido, foste imolado por NADA!
Pois o MAL é o NADA, é a ausência total do BEM, de qualquer traço de humanidade, e está nesse caso além de qualquer explicação, justificativa, e DEUS me perdoe, até de PERDÃO!
Aos mártires e Santos, diz-se que há um lugar separado à direita do PAI.
E pra você, Joãozinho?...
Pelo menos, essa resposta eu tenho, com certeza estarás no COLO DE JESUS!

(Rezar um PAI-NOSSO, apenas, mas com sinceridade e lágrimas de verdadeira dor e indignação).

Alexandre Giannini

Então eu (Augusto) me coloco: E aí cidadão? Vai fazer um minuto e silêncio??? Nesse minuto acontecerá outros crimes e outros motivos de minutos, ou horas, de silêncio, até que viveremos a eternidade na mudez... Que não está distânte da realidade da maioria da população, uma vida de silêncio e omissão...

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Ana e o mar, mar e Ana

Vi Ana
Frente ao mar
E desejei
Ana e o mar
Ana'mar
Amar Ana
Na cama,
Meu lar,
No doce da cana

Estavam lá,
Ana e o mar...
Mas só tive dela
O frio das costas,
O calor do seu olhar
Queria apenas fitar
O mar,
Osmar...

Então percebi
Que não era
Ana e mar
Sempre meu
Desejo foi:
Mar e Ana,
Mareana,
Fêmeo de "o mar",
Amar a
Mariana...

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

sábado, fevereiro 17, 2007

Eu


Procuro um eu
Um eu sem importância.
Que era eu
mas já fora.

Um eu que lembro com carinho.
Me trouxe alegrias.
Me deixou tristezas.
Um eu qualquer.

Um eu que vejo refletido,
em outros amados deste mundo.
E que não tenho coragem
de neles reencontrar eu.
(medo de achar outro eu ou outro tu ou outro ele...)


Um eu qualquer, sem importância.
Um eu entre tantos que foram.
Mas este me trás esperança:
Que guardo lugar em algum canto de mim,
para quando ele voltar.

(20/01/07)

Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)

domingo, fevereiro 11, 2007


Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil
Para quê me entregar ao contra senso
Porque me entrego aos braços da angústia
Porque não aceito a verdade alheia como a minha
A infame cinza da infelicidade
Encobre meus pensamentos
Faz-me analisar com frieza
E minha boca amarga
Não se cala diante da mesmice
E da vulgaridade
A inútil visão crítica
Fermenta minhas palavras hostis
Que projetam meu asco e ranço
E toda a miséria humana previsível
Não me calo diante das desumanidades
E dos vícios
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil
Se é mais fácil fechar os olhos
Pois não haverá fim para as atrocidades
Já estamos entregues
Ao que nos salva de nós mesmos
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil?

* A ilustração é de minha autoria

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

O dia que menti para a realidade


Mais que menti, acreditei em minha criação
Por mim escarrado, num tipo de sonho mudo,
Na face rígida da minha realidade viril
E de troco, da verdade, ganhei um murro...
E quando me recuperei, novamente sóbrio,
Você e o acaso já haviam se cansado,
Salgaram o meu doce desvaneio febril...
Afinal, de tanto permanecer sorrindo,
Minha sorte teve caimbra na boca...

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

domingo, fevereiro 04, 2007

Toda forma de amor

Toda forma de amor é imperdoável
até que se prove o contrário.
Peca contra a solidão humana,
foge conosco até nos encontrar (no outro).

Toda forma de amor é insuportável.
Mantém consigo o que nunca existe.
Tangência na carne a presença
de algo que possamos chamar de espírito.

Corri com o amor e minhas mentiras curtas
atrás de alguém, como uma criança boba.
Por mim mesmo, tornei-me uma criança triste.

Procurar o amor fugido comigo,
nas coisas novas e nas lembranças.
Mas o encontrei no convívio (contigo).


Marcos Vinicius Policarpo Côrtes(14/06/05) (índice de posts do Marcos Côrtes)

sábado, fevereiro 03, 2007

O limite da palavra


...
Uma!
Não, mais!
Quero mais palavras!
Composta em muitas sílabas
Para expressar tudo que sinto
Falar com elas todo meu desejo

Gritar para todo mundo meu infindo ser
{-------------------------------------------------------------------}
Mas mesmo tendo um completo dicionário
E todas aquelas letras, todas!
Não existe exato vocabulário
Para definir -me,
Então apenas
Sinto...
Sou...
ou...
{}
Por mais dinâmicas que forem as palavras, apenas giram em si,
não extravazam, é como a natureza de um pião na mão de um menino


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)