É incrível como certos hábitos
Permanecem incólumes às circunstâncias
Nesta primavera não me encontro mais tão isolado
Mas ainda sinto a solidão dos que lutam com a própria ignorância...
O Sol é hoje como um presente
O qual a maioria das pessoas se nega
Enquanto espero por essa gente
Escrevo versos nesta praia deserta
Praia dos jovens, morenos e emproados
Mais igualados que um batalhão de chineses
No vazio dos pensamentos, gestos e vocabulário
São, das maldades da vida e no tempo, eternos fregueses
Vejo a todo momento, cumprirem-se rituais rotineiros
Qual o simbolismo desse andar, nadar, surfar e bronzear-se
Se os resultados são tão frágeis e passageiros.
Me reparo e me preparo para entrar n’água
No mar que me causa tanta felicidade e agonia
Sinto que me olham, pois não cumpro os rituais
Se estou triste, me recolho e choro
Se estou alegre, sorrio em minha alegria...
Não mais aparento a torrente de emoções
Sou como os camaleões, entregue as cores da alma
Não tenho mais o controle que tinha
A velha aparência de indiferença e calma
Não tem mais sentido, consegui o que queria:
- Tornei-me indiferente incontido...
Alexandre Giannini
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