sexta-feira, novembro 16, 2007
Rea(r)mar
Rê,
Amar-te, rêamar,
rearmar,
no rêmar contra,
Para se render!
Re-amor não tem fim
Pois no dia que houver,
Só não recomeçou...
domingo, outubro 28, 2007
no oceano
Perde-se na tempestade
Atrás das ondas que enfrenta,
não há motivo, não há saudade.
No marinheiro de primeira viagem,
há uma cobiça de si.
Navegar é preciso,
viver, não é preciso.
Porém, quando a nau afunda,
sucumbe um corpo disforme.
O tesouro da terra firme,
não tem reflexo na água escura.
E quanto a alma que sobra,
se funde ao oceano, de nada.
No oceano, ele é tudo que resta.
E o que resta é do que se é feito.
E tudo perde sentido.
Nesse sal que seca por dentro,
há um denso céu no outro.
julgar as pessoas é fácil,
entendê-las, não é.
segunda-feira, outubro 01, 2007
segunda-feira, maio 28, 2007
A deusa e o mosquito
sábado, maio 19, 2007
Novo Dia
e o sol sempre nascerá de manhã
entretanto o mundo será menor.
Será menos um dia, uma desculpa
para que então esperá-lo nascer?
Para que falar de amada
se, agora mulher, eu não desejo mais.
O sol nasceu e eu escureci.
Na pele um descaso aparente
a poesia nunca é a mesma que se lê.
A cada passo que se dá
experimenta uma decepção
uma angústia, um tropeço, corrosão
pelo que foi de nunca ter sido
pelo que devia ser era, mas sempre será.
Mas um dia nasce
amanhece um novo sol
que nunca se atrasa
passa cada dia mais rápido...
Monotonia
Para que falar de amada
se ninguém ama sem querer
e querer não é ser querido
amamos porque queremos amar...
Xenofobia
O sol nascerá amanhã
em um mundo cada vez menor
menos seguro, menos ingênuo.
O tempo não perdoa ninguém.
Fugimos para este mundo
das melâncolias, euforias e poesias.
(13/06/05) Marcos Vinicius Policarpo Côrtes
(índice de posts do Marcos Côrtes)
terça-feira, abril 17, 2007
Pedras do Castelo
Um dia vou construir um castelo...
...
Por muitos caminhos não retos devo guardá-las?
Todas essas pedras que colocam em meu caminho?
Para construir o meu esperado castelo
Na larga terra escolhida para meu definho?
É esse o tal esperado vindouro?
Quando chegar lá, será de pedras o meu tesouro?
Apenas pedras postas ali mesquinhas e obtusas?
Apenas pedras frias, pesadas e mudas?
Elas não passam de frustradas, isso sim!
Pois das montanhas não passam de farelos...
Servem apenas para levantar paredes,
Jamais por si suficientes para construir castelos!
E as janelas, jardim, cama, endereço?
E o reino, rainha, portas e portões?
As pedras têm objetivo maior que o tropeço,
Elas juntas têm habilidade de formar prisões
Assim só terei pedras, apenas pedras terei...
Além de paredes o que mais eu farei?
Talvez me apedrejar de forma voraz...
Então escrevinho:
As pedras no caminho? Deixo para trás...
Nenhum dia vou construir qualquer parede...
Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)
Versos originais da primeira estrofe de Nemo Nox.
Obs: Ao contrário do se acha na internet, os versos da primeira estrofe não são de Fernando Pessoa.
sábado, abril 07, 2007
Iara
surpreende-se comigo
era tímido, tão conciso,
surpreende-se no amor....
Iara era difícil,
Levei pelo papo
presente, riso, atenção e fisco.
Tapa no pai e muito beijo!
Iara casa, obrigada.
meses depois, guri na barriga
pois não brinco em serviço!
Um beijo e muito amor...
Iara é linda, todo olha.
todos são filhos de deus
mas ela é minha.
Amor... Nenhum beijo.
Iara, cheguei em casa
Iara e tudo, amor...
Iara é minha, não aceito beijo
Iara disfarça, de queixo.
Iara, amada, morta.
Amor... que todo foi?
Iara é morta, sem amor...
sem beijo, de noite.
(12/09/04) Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)
domingo, abril 01, 2007
Da série do dicionário individual conotativo: Realidade
Acho que cada um tem a sua... a minha é inverossímil
Onde a vida é uma vilã com requinte de crueldade
E morte às vezes me aparece como a libertadora e ora como quem castra...
E eu que nem não sou personagem disso? Sou apenas boneco de "ventrílouco"!
Preso por fios, em nós que me atam em regras sociais e de tola existência...
Pior que no fim, posso estar preso por nós, mas só existe eu em mim...
Acho que o grande defeito da realidade
É não aceitar minhas verdades que eu tento impor...
Da série do dicionário individual conotativo: Mar
Existem alguns tipos de mares, vejo muitos cultivarem os de lágrimas internamente para afogarem-se ou para tornarem-se ilhas...
Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)
Foto: Itacoatiara - Niterói - RJ
domingo, março 25, 2007
Num mais um dia qualquer
Espiei curioso pelas duas janelas da face
Dentro da frágil casa de carne, ossos e já poucas vísceras
E assim vi um ego formoso de terno fino a mesa
Brindando com um tal de "Sr. Sucesso Moderno"
Levantando uma taça de sorriso tinto barato, escarrado...
O tim-tim das taças rimavam com gemidos do quarto escuro do ser
Onde a alma se prostituía fervorosa com a insanidade,
Produzindo sons que seduziam até o celibato do racional
Ao lado e em pé vi uma mulher frágil, esquecida e suja
Vagava pela casa com um olhar tenso, vazio e preocupado...
Era a identidade, estava cheia de "se" e vazia de si,
Poderia ver-se num espelho que não reconheceria a si própria...
Queria encontrar a si apenas se fosse num lugar fora dela
Por fim percebi algo passando rápido e rasteiro,
Era a mente, que parecia estar com disenteria
Corria despejando fezes midificadas pela a casa...
(suspiro)
Isso tudo apenas com o rosto de frente para um espelho
Num mais um dia qualquer desses por aí...
Não é à toa que a auto-crítica é a mais odiada pela casa,
Nessa casa composta apenas de um cômodo... Eu, acomodado...
quarta-feira, março 14, 2007
Lua Nova
Lua negra
Atreve-se a arquear-se
Entregar-se a negritude
Amam-se
Todas as noites
Mas a lua só goza
Por uma de suas faces
As outras ficam omissas
E aceitam o êxtase alheio
A lua se contenta apenas com a sombra
Pois não gosta de ser observada
Parece vazia, assim
Um feixe de luz
Embebido em trevas
Mas a lua só goza
Por essa face
A face nova
A face negra
Arqueia-se noturna
Sete noites de êxtase
E outras tantas luas vazias
Mas a lua só goza assim.
Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)
domingo, março 11, 2007
Artifícios
Tentou primeiro subornar meu querer com seu olhar de afeto
Depois inundou meu ser de suas mentiras bonitas...
Assim me seduzia. Fazia o que gosto, riscava o que detesto
Mas no fim só me dava a secura de sua persona talhada em mão hábil
Escondendo-me o que está debaixo dessa sua sedenta pele débil
Talvez até gostasse do que há nessas suas vísceras, no profundo
Já que sua talhada de pau-oco me serve só para enfeite, não me completa
Mas falar-te de coração é como dizer um adeus para um ateu...
Então lhe dou um adeus mais sincero que qualquer coisa que já viera da sua boca
Teu amar é tão quente e previsível quanto um filme barato e mal acompanhado
Onde a melhor parte é o intervalo da sua vida, mas ele nunca chega...
Meu artesão de falsidades, faça sua própria cova e lápide com alguns artifícios vazios
Se torne um Narciso de sua talhada e elaborada imagem na busca do impecável
Mas eu? Ah, se só isso me bastasse, mas sempre preciso de algo mais
Eu quero alguém com distorções, manco e infame, mas franco e (talvez) mais nada!
Acho que você não percebeu, o meu riso ali era honesto (e não era para você)...
Eu estava livre do seu "te quero", leve e letal como uma granada...
E acho às vezes que o seu ser sincero é ser falso, talvez... Ou talvez eu que não seja burra,
Sou um pluriverso dinâmico e cafona e você é estatueta numa prateleira moderninha
Você ainda me pergunta se eu tenho certeza do que decidi. Mas o que importa essa certeza?
Até os loucos têm certezas de estimação cravadas em seus hospícios
O Certo não é a questão, a questão é cardíaca e por isso ausente de certeza...
E para você? No final e na melhor das hipóteses, conseguirá a proeza de realmente
Convencer o mundo que sua talhada persona pode ter vísceras vivas!
Ah, mas só se for de vermes da madeira, exatamente aquilo que te consome...
Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)
sexta-feira, março 02, 2007
Às avessas
Não gosto do teu poema ritmado
Do teu poema paradoxal
Do teu poema metrificado
Não gosto da tua poesia
Daquela que sai das tuas pernas
Que escorre pelos teus cabelos
Não gosto das palavras, das tuas palavras
Tua boca, teus seios, teu nariz
Do teu pensamento estereotipado
Você estereotipou o pensamento?
Gosto de teu sebo particular
Teu cancro, tua febre, teu odor
Da poesia que sai como esterco
Da tua poesia apoética
Cyntia Ramos (índice de posts dos outros contribuidores)
Imagem de Daniela Macri, mais imagens dessa fotógrafa no link:
http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=26110
sábado, fevereiro 24, 2007
Seus ouvidos polidos
Não querem meus adjetivos chulos
Suportam apenas as belezas bucólicas
Já eu tenho náuseas,
Cólicas insanas,
Palavras vis e profanas
Que revelam a escanção humana,
A deterioração mundana
Que arrasam minha essência,
Desconheço o amor
Por jamais tê-lo ganho
Conheço a falta dele,
A realidade escalpelante
Que rasga e fere
O que ainda me resta,
E só tenho minha retórica
Não quero sua opinião.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Meu amigo Alexandre me mandou esse "e-mail protesto" e eu quero compartilhar aqui, mesmo fugindo um pouco do propósito desse blog. Não me sinto bem no silêncio nessas situações: Alexandre Giannini Então eu (Augusto) me coloco: E aí cidadão? Vai fazer um minuto e silêncio??? Nesse minuto acontecerá outros crimes e outros motivos de minutos, ou horas, de silêncio, até que viveremos a eternidade na mudez... Que não está distânte da realidade da maioria da população, uma vida de silêncio e omissão... |
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Ana e o mar, mar e Ana
Vi Ana
Frente ao mar
E desejei
Ana e o mar
Ana'mar
Amar Ana
Na cama,
Meu lar,
No doce da cana
Estavam lá,
Ana e o mar...
Mas só tive dela
O frio das costas,
O calor do seu olhar
Queria apenas fitar
O mar,
Osmar...
Então percebi
Que não era
Ana e mar
Sempre meu
Desejo foi:
Mar e Ana,
Mareana,
Fêmeo de "o mar",
Amar a
Mariana...
sábado, fevereiro 17, 2007
Eu
Procuro um eu
Um eu sem importância.
Que era eu
mas já fora.
Um eu que lembro com carinho.
Me trouxe alegrias.
Me deixou tristezas.
Um eu qualquer.
Um eu que vejo refletido,
em outros amados deste mundo.
E que não tenho coragem
de neles reencontrar eu.
(medo de achar outro eu ou outro tu ou outro ele...)
Um eu qualquer, sem importância.
Um eu entre tantos que foram.
Mas este me trás esperança:
Que guardo lugar em algum canto de mim,
para quando ele voltar.
(20/01/07)
Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)
domingo, fevereiro 11, 2007
Porque escolher o mais difícil
Para quê me entregar ao contra senso
Porque me entrego aos braços da angústia
Porque não aceito a verdade alheia como a minha
A infame cinza da infelicidade
Encobre meus pensamentos
Faz-me analisar com frieza
E minha boca amarga
Não se cala diante da mesmice
E da vulgaridade
A inútil visão crítica
Fermenta minhas palavras hostis
Que projetam meu asco e ranço
E toda a miséria humana previsível
Não me calo diante das desumanidades
E dos vícios
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil
Se é mais fácil fechar os olhos
Pois não haverá fim para as atrocidades
Já estamos entregues
Ao que nos salva de nós mesmos
Por vezes me pergunto
Porque escolher o mais difícil?
* A ilustração é de minha autoria
Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
O dia que menti para a realidade
domingo, fevereiro 04, 2007
Toda forma de amor
até que se prove o contrário.
Peca contra a solidão humana,
foge conosco até nos encontrar (no outro).
Toda forma de amor é insuportável.
Mantém consigo o que nunca existe.
Tangência na carne a presença
de algo que possamos chamar de espírito.
Corri com o amor e minhas mentiras curtas
atrás de alguém, como uma criança boba.
Por mim mesmo, tornei-me uma criança triste.
Procurar o amor fugido comigo,
nas coisas novas e nas lembranças.
Mas o encontrei no convívio (contigo).
Marcos Vinicius Policarpo Côrtes(14/06/05) (índice de posts do Marcos Côrtes)
sábado, fevereiro 03, 2007
O limite da palavra
...
Uma!
Não, mais!
Quero mais palavras!
Composta em muitas sílabas
Para expressar tudo que sinto
Falar com elas todo meu desejo
Gritar para todo mundo meu infindo ser
Mas mesmo tendo um completo dicionário
E todas aquelas letras, todas!
Não existe exato vocabulário
Para definir -me,
Então apenas
Sinto...
Sou...
ou...
{}
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Talvez a engane
Tão profundos jorram
O sangue e a sorte
Mas ela é astuta
Não se engana o objeto estrangeiro
Nem a carne invadida,
Dilacerada, tomada,
Pode se sentir a dor alheia
E até compartilhar dela
Mas o gozo é solitário
Não comungado
Um dos olhos
Ateve-se um pouco mais
Em si mesmo
E avermelhado
Fechou-se
Num derradeiro conforto
Não lutou mais
Já não era um confronto
Era mais um encontro.
O outro permaneceu aberto
Como na espreita
Para uma única chance
Espera vã.
domingo, janeiro 28, 2007
Sonho de uma noite (de verão?)
Liguei a tv, olhei a cena...
Fechei os olhos
Fiquei a ouvir
Quis desligar
Pensei contestar
Preferi acreditar
Liguei o rádio, ouvi a canção
Levantei de impulso
Desviei a impressão
Quis cantar uma nota
Talvez duas até
Preferi o silêncio
Abri a porta, vi a rua adiante
Caminhei um passo
Não olhei pra trás
Quis seguir sem destino
Por uma hora ou mais
Preferi acordar
Zaira Brilhante (índice de posts dos outros contribuidores)
Convido todos vocês a lerem a Re-Vista, uma revista virtual quinzenal com matérias sobre filmes, peças, eventos, entrevistas e cultura em geral. Acessem: www.re-vista.info
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Incerteza...
(Tudo é tão incerto!)
Neste mundo,
A única certeza que se tem,
é que não se tem certeza de nada
Certeza é algo incerto.
(E a retórica é verdadeira!)
Será?
E.M. - Pax Optima Rerum (índice de posts dos outros contribuidores)
Imagem: Princípio da Incerteza - René Magritte, 1944
domingo, janeiro 21, 2007
A Sala
A mulher, ou talvez ainda menina, agora é frágil
Está no meio de sua sala construída a mão medrosa
Encontra-se num sofá que conforta-se nela, adormece dela mesma...
Seus pés teimam em fugir do taco frio como quem corre do calor já distante!
Usa alguns comprimidos, talvez pela semelhança, está comprimida...
Cataliza-se na cadeia das horas, na (de)cadência do ponteiro
E atônica observa o vaso e sua flor vermelha-morta sobre a mesa
Está a chorar, chora cada um dessas três letras - não - que não cabem ao coração
Pois as outras três - sim - não existiram para lhe entregar a felicidade
Então ela insiste em cerrar todas as janelas para o horizonte
Esquecendo que a porta nunca lhe será segura,
Pois o acaso é abusado, tem a chave!
E quando ela percebe, alguém invadiu, se instaurou!
E grita, tem medo, mas a força que tem o seu grito de expulsar
Vem da vontade que essa pessoa fique alí, ao seu lado!
Como é cômica natureza da sala, ela mudou de propósito,
Antes era para ninguém entrar
Agora é para uma pessoa, apenas uma, não sair...
Mas como tudo na vida, inclusive ela mesma, termina,
Logo a pessoa se vai pela mesma porta que entrou!
E suas lágrimas se juntam na sua aceitação do fim
Assim a sala foi destruída e, a não mais menina, a mulher se foi...
Agora anda por aí, pelas ruelas das dúvidas, pelas anti-vias da vida
Entende que a sala não lhe protegia, não lhe serve,
Não prendia ninguém a ela, só ela mesma...
E quando dois destinos quiserem se cruzar
Dão-se as mãos e andam no mesmo sentido
E quando for o dia, largam-se, bifurcam-se por aí...
E no fim ela saiu da sua sala de estar
Para o grande quarto da vida, de viver
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Void-me Vodka
Esvazie-me, vazio, anule-me.
Esse transbordamento de vazio que me consome.
Void-me. Vodka sem sentido.
Cansei de ler sobre existencialóides.
Buscar por alguma explicação para algo.
Aí, pensar, não fruto. Sentir, fruto não.
Void-me, Vodka sem sentido.
Esvazie-me antes que transborde.
Não sei o que lembrar. Lembrar, não sei o que fazer.
Dadaísmo afrodisíaco.
Não sinto nada. Não nada penso.
Não sei sentir, pensar no não sei.
Existência de ler, cansei.
Se existe? Ser não Existe.
Void-me, Vodka. Der-me sentido.
E antes que tudo se vá, mais uma dose...
Exato! Dêr-me um pouco mais de paciência!
Fique doido, mais uma dose, encha a cara.
Certo, faz isso, faz aquilo. Termina e começa.
Encha, encha-se. Beba, profunde.
Sinta! Sabe com é, não vou te explicar tudo...
Encha-se, var-te de foste, Imperdoável.
Seja imperdoável, nada mais, nem um pouco!
Sinta, não vou te explicar, nada disso. Nada.
- Tenha culhão para isso.
Encho, não sei, não posso...
- Não tem.
Mas Sou.
Sempre existirá mais uma dose...
Existência de ser, não sei.
Sentir resume-se a ter.
Sentir, o mais íntimo dos seres.
Sou. Existo, logo sinto.
Esvazie-me, anule-me antes que me encha.
Inexiste-me vodka, void-me.
Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)
quarta-feira, janeiro 10, 2007
Auto-retrato
Eu, que não sou alta nem baixa,
Nem tão gorda
Muito menos, magra.
Não sou de direita,
Mas também não sou de esquerda
Escrevo, mas não muito bem,
Aliás, nada me faz sensacional,
A não ser por um dia
Em um jornal.
Passo desapercebida,
Quando não me olham muito.
Tenho sorriso largo,
E um coração profundo
Mas de que me vale isso
Se está cego o mundo?
Um dia nasci
E disseram
“Saiu ao pai”
“Cuspida e escarrada”
Nem sei se sou,
O que digo que sou.
São tantas possibilidades,
E um mundo cheio delas...
Contraditória ou transitória
Acho que é assim que sou...
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Não Desanime
A vida sempre dá novas oportunidades àqueles que vivem e amam de verdade, novos amores, novas amizades mais fortes e sinceras do que aquelas nascidas do interesse e alimentadas com falsidade. Se tu, neste momento te angustias e sofres por aqueles a teu lado não respeitarem o quanto sabes, tenhas vivido ou estudado, e se reúnam, precipitados, para replicar tudo o que fazes ou dizes, sem refletir o quanto sabes e tens experimentado...Deixa que o infortúnio os ensine...Pois num tempo em que só os efeitos são notados, e a mímica da verdade é a panacéia dos tolos de hoje em dia, não podes esperar ser por eles compreendido e amado, e sim, amá-los em sua desarmonia, sabendo que a natureza não conhece fracassos e a noite traz em si a luz do dia. Por isto, não deixa que o ódio guie teus passos, transforma em esperança cada dia, ama à humanidade e em Deus confia!
Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)