sábado, maio 13, 2006

A possibilidade

Se fosse possível
nasceria ateu,
ateu de carterinha,
e continuaria atuando o inatuável.

Se me desse paciência
seria escritor.
E que belo escritor seria
mas me falta tempo.
(tempo.. tempo... tempo...)

Há a possibilidade do amor
como se fosse possível.
contudo eu não amo por completo
me apaixono por partes incompletas.

Como se fosse possível
Faria-me existir, eu mesmo, eterno.
Seria em plenitude um ser que eu mesmo formei e formatei.
Insolúvel, inconsumível, indestrutível.
Mas aos poucos me consumo e me consomem.
Crio, palpiteiam. Modelo, remodelam.

Há a possibilidade do desamor
mas eu não me odeio por completo.
Sigo uma lógica incompreensível pela lógica.
Uma razão de fatores que são inexistentes
ou delírios provocados pelo estudo de matemática.

Se fosse possível me compreenderia,
me destrincharia, tornaria cada etapa exata.
Cada tempo explicado, cada reação acionada.
Mas como já disse, pela ilógica na minha lógica,
o amor é em síntese ausente, indeterminável,
se não interpretado pela sua liberdade enquanto incausável.
E como já disse, se fosse possível, seriamos feitos de amor.

Marcos Vinicius Policarpo Côrtes (índice de posts do Marcos Côrtes)

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei!
Bjs,
Dani (mulher moderna presa em pedras portuguesas) ;-)