sexta-feira, maio 26, 2006

Poema para a leitora solitária

De que valem os livros, a literatura, a poesia,
Se neste dia a harmonia aos meus olhos revela?
Nem Machado (de Assis), nem Manuel (Bandeira)
conseguem minha atenção primeira, somente a figura bela
Desta leitora solitária...

Que na morenice de sua tenra juventude brilha só, faceira,
entre livros empoeirados, nesta manhã de quinta-feira.
Não olha nem para os lados...
Só lê e copia, como se fosse só esta a utopia do aprendizado.

Só, no mundo, atrai à todos,
me deixa adolescente desconcertado...
Não se dá conta da sua força vivente,
não sabe que é o sol onde giram os homem, encantados

A bela onda negra que lhe cái nos ombros,
Como negra cascata de brilho azulado,
contrasta com a pele de seda, em costas de bronze dourado...
És poema vivo, arte de deuses apaixonados.

E nesses versos me perco e me acho
Sabendo que o tempo não espera
Vou-me embora já, viver ao acaso
Na esperança de conhecer leitora tão bela...

Alexandre Gianinni (índice de posts dos outros contribuidores)

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