sábado, maio 20, 2006

O poeta, a inspiração incontentadora e a alada imaginação

1

Olhe!
Com caneta, papel
e sua mente na mão
quer fazer algo magnífico,
sem precedentes,
mas só paira o vão, não finda!
Busca surgir um inspirado,
talvez até um Pessoa abafado!

"O que me dá o direito de ser poeta?
Hum, talvez...
Uma meia dúzia de palavras difíceis!"
Ele pensa...
Mas o que pede para poetizar
é sua essência!
Dê-a asas e talvez
no final de cortesia
o seu branco papel
torne-se uma poesia...

2

E veja agora!
Seu alado partiu ao céu,
a imaginação...
E lá se vai o pequeno pássaro,
busca verbalizar a essência!
Quer mais que simples palavras,
quer buscar inspirações!
Paira no alto e fita lá embaixo
seu objetivo:
a floresta das emoções

Como uma águia, mergulha pleno
mas ele não é águia
só um alado pequeno,
mas a sede assim o faz!

3

Olha as bucólicas frutas,
mas sua busca é una!
Sabe a fruta que quer se lambusar
e não se frustra, sabe em qual árvore!
Até pensa outra buscar
mas não, quer aquela, precisa!
Ou não é pássaro!

Ele fita o querido fruto!
Quer espalhar suas sementes!
Mas ele não viveu seu sabor,
foi só vontade de uma saudade...
Sendo clemente, fica a comtemplar!
Sabe que não se pode saborear, possuir...
E só sente seu ligeiro cheiro

4

E o pássaro retorna,
fez inspiração na essência!
E o papel tornou-se poesia digna...
Então certeiro, o agora poeta a amassou!
Incontenta-se com cheiro, quer sabor!
Mas só sabe o cheiro
pois não viveu aquele amor

José Augusto Sapienza Ramos (índice de posts de José)

Nenhum comentário: