segunda-feira, janeiro 31, 2011

Não há mais poesia (II)

A simplicidade das coisas
na complexidade da palavra.

A complexidade das coisas
na simplicidade da palavra.

A fatividade das coisas,
na indecência da palavra.

Indecência das coisas
nos desejos da palavra.

O cheiro, a forma, o suor,
desejos emanam das coisas.

A letra, o verbo, o querer,
sentidos direcionados à palavra.

Neste mundo de estranhos,
as coisas são redundantes.

Nesta ausência de poesia,
perco-me em determinismos vãos.

Mas as coisas, as coisas não existem.
Só a palavra, neste mundo, há.

2 comentários:

Augusto Sapienza disse...

As coisas são insistentemente, coisas. O tempo passa e as pessoas voltam. Cenário nefasto...

Sem o sentimento não há sentido. Entretanto, com sentimento, o sentido é caótico.

Leandro Jardim disse...

Obrigado pela visita, meu caro! Saudações poéticas!