segunda-feira, janeiro 31, 2011

Não há mais poesia (I)

Eu, eu tenho uma poesia
E tenho a fala e cogito.
Regugito (rumino) possibilidades,
quaisquer.

E sou gerido,
certificado,
por uma instituição
que me vende conhecimentos,
para meu inlustre sacrifício.
Qual?

Eu sou alguém que floresce
e desencana rupreste.
Mas que ao som de bentivis
retorna ao mecânico vício.

Não há mais poesia.
E eu (me) odeio,
eu mato e desmato.
Regenero-me.

Não quero ser (di)gerido.
Não quero ser certificado.
Sacrificado, sacrifico.
Mas estou perdido.

Enquanto minha alma é estilhaçada
por técnicos de poesias,
sem nem um pouco de valentia,
sulgam a poesia da vida.

Eu que era aquele poeta
de quinta categoria.
Preferi esse perfil certinho,
de boneco escritorário.

E não há mais poesia.

O que serei?
Se não for mais poeta,
o que serei?
Um diploma de seis sois,
e um feijão da mesa.

Escriturário,
técnicos escriturários,
apenas técnicos,
e nada mais...

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