Esvazie-me, vazio, anule-me.
Esse transbordamento de vazio que me consome.
Void-me. Vodka sem sentido.
Cansei de ler sobre existencialóides.
Buscar por alguma explicação para algo.
Aí, pensar, não fruto. Sentir, fruto não.
Void-me, Vodka sem sentido.
Esvazie-me antes que transborde.
Não sei o que lembrar. Lembrar, não sei o que fazer.
Dadaísmo afrodisíaco.
Não sinto nada. Não nada penso.
Não sei sentir, pensar no não sei.
Existência de ler, cansei.
Se existe? Ser não Existe.
Void-me, Vodka. Der-me sentido.
E antes que tudo se vá, mais uma dose...
Exato! Dêr-me um pouco mais de paciência!
Fique doido, mais uma dose, encha a cara.
Certo, faz isso, faz aquilo. Termina e começa.
Encha, encha-se. Beba, profunde.
Sinta! Sabe com é, não vou te explicar tudo...
Encha-se, var-te de foste, Imperdoável.
Seja imperdoável, nada mais, nem um pouco!
Sinta, não vou te explicar, nada disso. Nada.
- Tenha culhão para isso.
Encho, não sei, não posso...
- Não tem.
Mas Sou.
Sempre existirá mais uma dose...
Existência de ser, não sei.
Sentir resume-se a ter.
Sentir, o mais íntimo dos seres.
Sou. Existo, logo sinto.
Esvazie-me, anule-me antes que me encha.
Inexiste-me vodka, void-me.
Marcos Vinicius Policarpo Côrtes
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