terça-feira, dezembro 12, 2006

No escuro de si






Cerrando esses olhos cansados
Só resta o escuro, se faz pleno!
Tal esse que me toca tão ameno,

Posto que se ao invés do breu,
A luz sob essa casca, a verdade,
Revelasse-me nu, cru em mim,
Não restaria nenhuma sanidade
Na minha falsa-belo vida-jardim

E tendo o pesar maior que mundo,
Doloroso reconhecer(-se),
Cedo em desespero, em medo,
Na proeza de fugir de si mesmo,
Pois é menos árduo compadecer
Com toda humanidade do que
Admitir-se em plena vontade

Então deixe-me nesse repouso
Teimoso e irrefutável
E já não durmo, vou além, hiberno!
E o cotidiano-travesseiro moderno
Não me é duro, me é bem confortável!



Selecione o texto!


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Créditos da imagem: causafilosofica.blogs.sapo.pt

2 comentários:

Anônimo disse...

Zé,vc me surpreende cadavez que descobre uma nova forma(fôrma)de expressar poesia, utilizando e integrando as midias. Muito bom!
Abs, Alexandre.

Anônimo disse...

Tenho medo de escuro, por isso não percebo o escuro...

Bjs, Bia