sábado, dezembro 30, 2006


Ruas negras rasgam a cidade
E minhas carnes moles
Sinto a civilidade rasgar minhas veias
E o alcatrão tomar meus olhos
Presos no horizonte,
Corre por minha cintura a avenida
Carros transitam pelas vicinais
Sou o cúmulo do excesso
Sou o túmulo de concreto.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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quinta-feira, dezembro 28, 2006

A solidão não é só




"Antes só do que mal acompanhado"

No mínimo, um infame ditado...

Pois a solidão nunca me é só,

Ela me vem sempre mal acompanhada


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

terça-feira, dezembro 26, 2006


Uma lágrima de compreensão desce frágil
Do lado esquerdo do rosto
Silenciosa, relutante e aflita.
Percorrera a face rosada
Que ainda inconformada
É tomada pelo rubor.
Cansada pousa ali
Até que outras venham ao seu encontro,
Para dar-te força,
Dar-te profundidade,
Dar-te compreensão.
Até que pesem o bastante,
E caiam,
Como as verdades reunidas,
Na aceitação do inevitável.


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quinta-feira, dezembro 21, 2006

O Mundo Queima

O mundo queima
Mas todos estão frios
O aquecimento é global
Mas o coração humano é cada vez mais
Distante e vazio.

Rimos diante do abismo
Dançamos com o diabo e bebemos vinho
Tudo se recicla, nada se renova
E o lixo se acumula debaixo
Do tapete da terra e das almas.

Carros velozes, trânsito parado
Cada semana um novo messias tarado
Vendedores de felicidade, escritores de sucesso
Ensinam o que não sabem sobre Deus, amor e sexo.

Vivemos para comer, morremos de fome
Dietas e drogas escravizam o homem
A mulher do futuro é um travesti
Na ditadura das lipos e do
Silicone.

Ser é consumir e ostentar
Um belo sorriso de ofuscar
Parar a roda do tempo
mesmo que o preço seja
ver o mundo morrer.
E a vida murchar.


Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

terça-feira, dezembro 19, 2006

A dívida do fruto

Essa peste, que apodrece
...............As frutas impotentes,
É também disseminadora
...............De suas sementes,
.................................então
Me desapeteça, ávida vida!

Pois se das frutas
...............Você é a cessante,
É porque não lhe cabe
...............Seus sabores,
..................................essa dádiva
Só cabe aos amantes


Logo a dívida do fruto
...............Não é pela peste
E sim pelas sementes suas,
...............Com sua matéria
..................................a fertilizar
Essa vasta Terra nua...


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)
E contribuição de Leonardo Santos.

Imagem: Natureza Viva - Daniela Macri
Mais fotos em: http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=26110

A dança da vida
É tão certa
Um pra lá
Um pra cá...
No compasso de dueto
Dois pra lá
Dois pra cá...
Deslumbram-se...
Amam-se...
Dois pra lá
Dois pra cá
Sonham
Vivem
Dois pra lá
Dois pra cá
Mas caem
E levantam
Dois pra lá
Dois pra cá
E assim vão dançando...
Amando pra desamar,
Sonhando pra acordar,
Vivendo pra morrer...
E continua a dança...
Um pra lá
Um pra cá
Sempre, sem parar.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

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domingo, dezembro 17, 2006

Compromisso


Nestes dias de medo e distância
Quando tudo é dormente no ser
Ninguém quer aceitar a mudança
Ninguém quer a inércia vencer

Passam-se os dias, inúteis, com diplomas do que não sabemos fazer
Nada nos preparou para a vida, nada nos faz amar e crescer
Se hoje o Messias viesse, e entrasse na grande rede digital
E anunciasse o fim, todo mundo acharia banal

Já sabemos tudo, mas não fazemos nada
Sem sabedoria e humildade, tudo é vaidade
E a cada dia nasce uma nova geração
De doentes da alma e do coração

Tudo o que se quer é falar de si
Esquecer do mundo que chora logo ali
Ignorar as leis naturais
Errar mais do que se é capaz

Escute, amigo é preciso compromisso
É preciso acordar e parar o mundo
Pra recomeçar e entender que só juntos vamos vencer!
Deus, amor, união...

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

terça-feira, dezembro 12, 2006

No escuro de si






Cerrando esses olhos cansados
Só resta o escuro, se faz pleno!
Tal esse que me toca tão ameno,

Posto que se ao invés do breu,
A luz sob essa casca, a verdade,
Revelasse-me nu, cru em mim,
Não restaria nenhuma sanidade
Na minha falsa-belo vida-jardim

E tendo o pesar maior que mundo,
Doloroso reconhecer(-se),
Cedo em desespero, em medo,
Na proeza de fugir de si mesmo,
Pois é menos árduo compadecer
Com toda humanidade do que
Admitir-se em plena vontade

Então deixe-me nesse repouso
Teimoso e irrefutável
E já não durmo, vou além, hiberno!
E o cotidiano-travesseiro moderno
Não me é duro, me é bem confortável!



Selecione o texto!


Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Créditos da imagem: causafilosofica.blogs.sapo.pt

sábado, dezembro 09, 2006


Ama-me sem pudor
Enquanto ainda houver amor
Enquanto nos queimar a chama
Ama-me sem pudor

E quando não houver mais amor
Deixe a brasa nos consumir
E se ela se apagar
Ama-me pra se despedir.

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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Do nada à Fernanda

Eu tinha
NADA
Mas a vida se rearruma, ela sempre
ANDA
E do mesmo Nada inicial
Somou-se uma letra ao início
NANDA
E com ela redescobri a de viver
FÉ NANDA
Mas faltava um meio! Algo entre essa fé e ela!
Sim faltava! Aquilo que faz do amaR um Verbo, a ação!
FERNANDA
E já basta...

Augusto Sapienza (índice de posts de Augusto)

Imagem de Daniela Macri, mais fotos em: http://www.olhares.com/utilizadores/detalhes.php?id=26110

Escrever


Escrever é a compulsão dos covardes
É a arma dos tímidos e dissimulados
É a pedra na mão dos que se ocultam
É emoção contida, tentativa de achar a medida
E dar forma ao que se sente na vida.

É portão de saída das palavras que não se falam
Toque civilizado ao pensamento mais vil
Torna tudo humano e sintetizado
Faz do tirano amigo gentil

Escrever é mais que ser
Pois o que se é não muda o outro
Mas a lei dura da leitura, traz em sua mansa ditadura
A impressão sutil e segura do que da vida fazer.

E, se alguém ainda duvida do poder de escrever
Lembre que os Mandamentos, para serem seguidos a contento,
Foram escritos por Deus, para o Homem não esquecer.

Alexandre Giannini (índice de posts dos outros contribuidores)

domingo, dezembro 03, 2006


A primeira veio só,
Pedia qualquer coisa,
Mas estava belamente vestida,
Cheirava bem,
Caminhava altiva,
Não exigiu muito,
Quis um afago,
E ao receber,
Foi-se.
A segunda, também veio só,
Pedia algo mais,
Tinha vestes desbotadas,
Não usava perfume,
Caminhava insegura,
Mas pediu um pouco mais,
Queria meu beijo,
E ao receber,
Foi-se.
A terceira veio acompanhada,
Não pedia nada,
Tinha as roupas rasgadas,
Era mal cheirosa,
Caminhava amparada,
Mas sua companheira quis a mim,
Queria minha alma
E ao tomar-me
Percebi que todas as outras eram eu, e fui.

Larissa Marques (índice de posts dos outros contribuidores)

*Ilustração de minha autoria

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sábado, dezembro 02, 2006

Companhia à Qualquer Preço


Hoje a vitória é barata
Qualquer um pode ser alguém
Numa corrida pro nada
Vemos zero virar cem

Ter é mais do que ser
E aparecer é estar feliz
O que se é, se é bom ou mau
O outro é quem te diz

Solidão é maior rebeldia
Só é bom quem tem alguém
Mesmo que seja tudo mentira
Pois quem tem companhia
É sempre gente de bem.

Deixa par trás tuas teorias
Esquece Deus e a razão
Procura amizades, que por
Mais que vazias, são a garantia
De que consegues viver em comunhão

Não importa a loucura
Nem a covardia, a ignorância da multidão
Cada um procura a segurança da tribo
Sê mais um nesse grito de hipocrisia da união.

Faça parte de uma comunidade
Não importa a qualidade
O importante não é ser, é pertencer
No pânico das cidades,

Palco moderno das futilidades
De quem teme a realidade
De que nascemos sós
E sós vamos morrer.


Fonte da imagem: http://contramaun.zip.net