A simplicidade das coisas
na complexidade da palavra.
A complexidade das coisas
na simplicidade da palavra.
A fatividade das coisas,
na indecência da palavra.
Indecência das coisas
nos desejos da palavra.
O cheiro, a forma, o suor,
desejos emanam das coisas.
A letra, o verbo, o querer,
sentidos direcionados à palavra.
Neste mundo de estranhos,
as coisas são redundantes.
Nesta ausência de poesia,
perco-me em determinismos vãos.
Mas as coisas, as coisas não existem.
Só a palavra, neste mundo, há.
segunda-feira, janeiro 31, 2011
Não há mais poesia (I)
Eu, eu tenho uma poesia
E tenho a fala e cogito.
Regugito (rumino) possibilidades,
quaisquer.
E sou gerido,
certificado,
por uma instituição
que me vende conhecimentos,
para meu inlustre sacrifício.
Qual?
Eu sou alguém que floresce
e desencana rupreste.
Mas que ao som de bentivis
retorna ao mecânico vício.
Não há mais poesia.
E eu (me) odeio,
eu mato e desmato.
Regenero-me.
Não quero ser (di)gerido.
Não quero ser certificado.
Sacrificado, sacrifico.
Mas estou perdido.
Enquanto minha alma é estilhaçada
por técnicos de poesias,
sem nem um pouco de valentia,
sulgam a poesia da vida.
Eu que era aquele poeta
de quinta categoria.
Preferi esse perfil certinho,
de boneco escritorário.
E não há mais poesia.
O que serei?
Se não for mais poeta,
o que serei?
Um diploma de seis sois,
e um feijão da mesa.
Escriturário,
técnicos escriturários,
apenas técnicos,
e nada mais...
E tenho a fala e cogito.
Regugito (rumino) possibilidades,
quaisquer.
E sou gerido,
certificado,
por uma instituição
que me vende conhecimentos,
para meu inlustre sacrifício.
Qual?
Eu sou alguém que floresce
e desencana rupreste.
Mas que ao som de bentivis
retorna ao mecânico vício.
Não há mais poesia.
E eu (me) odeio,
eu mato e desmato.
Regenero-me.
Não quero ser (di)gerido.
Não quero ser certificado.
Sacrificado, sacrifico.
Mas estou perdido.
Enquanto minha alma é estilhaçada
por técnicos de poesias,
sem nem um pouco de valentia,
sulgam a poesia da vida.
Eu que era aquele poeta
de quinta categoria.
Preferi esse perfil certinho,
de boneco escritorário.
E não há mais poesia.
O que serei?
Se não for mais poeta,
o que serei?
Um diploma de seis sois,
e um feijão da mesa.
Escriturário,
técnicos escriturários,
apenas técnicos,
e nada mais...
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